O país está passando por uma de suas maiores crises
financeiras, algo nunca visto antes na história. A resposta do governo a essa
crise, que já era esperada (pois o capitalismo sobrevive de eternas crises para
se reconsolidar), consistiu em fazer ajustes fiscais e elaborar a agenda
Brasil. Tais medidas somente massacram a classe trabalhadora e a juventude e continuam
dando fortes lucros para os agentes do capital (empresários, bancários e
investidores), gerando retiradas de direitos e cobranças de mais impostos para
a manutenção do capital.
Além da crise Financeira, estamos passando também por uma
crise Política e Social. O governo já não consegue mais governar sem ao menos
se atrelar aos setores mais conservadores do congresso nacional. Junta-se às
bancadas da bala, do agronegócio e à bancada da bíblia, cedendo, assim, às
pautas desses grupos para se manter minimamente no poder. Veja a situação da
tribo indígena Guarani-Kaiowá, que vem sendo fortemente massacrada pelos
pistoleiros dos grandes agricultores. Enquanto isso, os poderes públicos fecham
os olhos. Também nesse momento de crise, passamos pelo desgaste social com a
alta taxa de desemprego que atinge principalmente a juventude, além de cortes
no orçamento.
Como esta crise atinge a população LGBT? Em tudo! Nós,
LGBTs, estamos em todas as classes e áreas sociais do país, somos prejudicados
no acesso a tudo. E, principalmente, a história nos conta que é nesse momento
de crise que somos fortemente atacados, tendo em vista que nesse período ocorre
um grande avanço de setores conservadores.
1 - Em defesa da tribo Guarani-Kaiowá;
2 - Contra os ajustes fiscais, a agenda Brasil e cortes no
orçamento;
3 - Contra o avanço da direita golpista;
4 - Pela superação do capitalismo rumo ao Socialismo.
As LGBTs também estão na periferia. Laura Vermont esta entre
nós.
Em pleno século XXI, permanecemos à margem da sociedade, com
poucos direitos garantidos, correndo perigo de sofrermos crimes de ódio. Somos
expulsos de nossas casas, humilhados nas ruas e o medo nos domina apenas por
ser o que somos. Essa situação se acentua ainda mais nas periferias das
cidades. É lá que ocorrem fortes batidas policias e que a guerra às drogas
produz um número enorme de vítimas fatais. Não bastasse isso, a opressão por
ser LGBT e por pertencer a uma classe social com menor poder aquisitivo soma-se
a um maior domínio de igrejas fundamentalistas. Essas fazem lavagem cerebral na
massa, colocando-a contra os LGBTs.
Nessas regiões, os lgbts também têm menos acesso a educação,
cultura e lazer ficando propícios a todo tipo de violência.
Exemplo disso foi o assassinato brutal da travesti Laura
Vermont, espancada ao sair de uma balada na zona leste de São Paulo. Outro
exemplo acompanhado de perto foi o espancamento do jovem Lucas quando seu
padrasto e mãe descobriram que ele era gay. Precisamos de políticas públicas de
fato para a população LGBT da periferia.
1 - Pelo fim do fundamentalismo religioso nos espaços
públicos;
1 - Contra todo crime de ódio.
Pauta LGBT em destaque
Durante as eleições presidenciáveis de 2014, a pauta lgbt
teve um grande destaque no cenário nacional, sendo fortemente defendida pela
candidata do PSOL, Luciana Genro. Mas ainda não foi o suficiente para de fato
sermos ouvidos em todos os espaços. Ainda não conseguimos aprovar uma lei que
criminalize a homofobia e a transfobia. Não conseguimos atendimento pleno na
saúde pública, direito de fazer doação de sangue e, muito menos, o direito de
ir para a escola sem sofrer agressões por sermos LGBT. Muito pelo contrário, em
2015 conseguimos observar o avanço de setores conservadores e fundamentalistas
na aprovação dos planos municipais de educação no Brasil agora, de onde foram
retiradas todas as menções a genero e sexualidade. Com isso, estudantes lgbt
ficam mais desamparados.
1 - Pelo direito a Educação, Segurança e saúde pública de
qualidade para as LGBT;
2 - Por planos de educação (municipais, estaduais e federal)
que contemplem os LGBT.
Feminilidades LBT
Ainda vivemos em um mundo machista, onde o patriarcado se
mantem há séculos. Devido a essa ideologia,
as mulheres estão subrepresentadas na política, ocupando apenas um pequeno
espaço nas instituições que decidem o rumo do país. Mesmo com a lei Maria da
Penha (que criminaliza agressões a mulheres), centenas de mulheres são
espancadas e assassinadas todos os dias. Este cenário não é diferente entre as
LBT, que além de serem criminalizadas pela orientação sexual ou identidade de
gênero, também sofrem o machismo, dentro e fora do movimento.
1 - Abaixo o Machismo!;
2 - Aprovação imediata da lei de Identidade de Gênero.
PSOL - Partido para as LGBT
Esperamos que o PSOL se torne um partido de massas. Mais
ainda: um partido para as massas LGBT. Esperamos que candidaturas como a da
Luciana Genro para presidente sejam frequentes. O mesmo vale para as
candidaturas de LGBTs a deputado em 2014, quando o PSOL lançou 5 nomes que
formaram a “liga LGBT” (André Sapanos, Bill Santos, Todd Tomorrow, Charles e Monique Top). E, claro, esperamos que o
partido consiga colocar na agenda nacional do congresso a pauta LGBT como foco.
Precisamos também preparar nossa militância em torno desse
tema. Precisamos de um partido mais liberto e próximo de todos. Não podemos
mais aceitar em nossas fileiras militantes como o Cabo Daciolo e o pastor
Jefferson Barros.
Esperamos que esse encontro no estado de São Paulo dê a
dinâmica da organização das LGBT do partido a nível nacional. O nosso setorial
ainda tem dificuldades de se organizar e precisamos de fato de espaços como
esses.
1 - Por mais candidatxs LGBT nas eleições, mesmo que
burguesas;
2 - Por uma militância partidária mais consciente da pauta
LGBT;
3 - Por uma organização nacional das LGBT no PSOL.
O que esperar deste bloco
Este bloco é formado por militantes que desde o começo do
ano impulsionaram o setorial LGBT do PSOL a voltar a se reunir, fomentando a
realização deste encontro. Estamos unidos com a ideia única de ajudar na
organização das LGBT dentro e fora do PSOL.