*Escrito por Aldo Santos.
Todos os anos somos tomados por um sentimento de mudança, transformação e do novo, uma espécie de utopia como afirmava Eduardo Galeano: “a utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar". Somos uma multidão a caminho da morte, mas somos também uma classe que sonha, acredita, enfrenta e escreve a história revolucionária dos oprimidos “deste mundo”. Portanto, viver e lutar é preciso!
Em 2015, enfrentamentos com os setores conservadores e reacionários golpistas não faltaram, merecendo destaque a responsável luta dos educadores em várias partes do país, as mulheres lutando por direitos e manutenção de conquistas e terminamos o calendário com dezenas de escolas ocupadas pelos estudantes conscientes do seu papel histórico. O ano de 2015 foi o ano em que a educação pautou a conjuntura, haja vista a grande aula dos educandos que exerceram o protagonismo e a autonomia tão discutida, e, até então, pouco praticada, levando, finalmente, a derrota do governo tucano do Estado de São Paulo.
Este ano apenas vamos trocar o calendário, pois, paira no ar a efetiva sensação que 2015 foi o ano que não terminou, numa alusão ao livro de Zuenir Ventura, (1968 - O ano que não terminou). Pressentimos que:
“[...] Uma nova mudança em breve vai acontecer
o que há algum tempo era novo, jovem hoje é antigo
e precisamos todos rejuvenescer
e precisamos rejuvenescer”.
(Elis Regina : Velha Roupa Colorida)
Neste contexto dialético, precisamos refletir enquanto classe o papel militante de cada um, brilhantemente definido na figura simbólica do filósofo: “Os filósofos não brotam da terra como cogumelos, eles são frutos de seu tempo, de seu povo, cujas forças mais sutis e mais ocultas se traduzem em ideias filosóficas. O mesmo espírito fabrica as teorias filosóficas na mente dos filósofos , e constrói estradas de ferro com as mãos dos operários. A filosofia não é exterior ao mundo” (Karl Marx).
Em 2016 nossa luta vai continuar por saúde, educação, moradia, passe livre para todos, meio ambiente, emprego, salário, direitos humanos, bem como o combate sem trégua a todas formas de corrupção com o confisco e prisão dos ladrões do erário público. Importa ainda como base da nossa ação programática a luta pela socialização dos bens produzidos, rumo ao socialismo com liberdade. Feliz velho no ano novo, pois precisamos todos rejuvenescer.
A luta muda a história!
Aldo Santos - presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Brasil, membro da executiva nacional da Intersindical - Central da Classe Trabalhadora e membro da executiva estadual do Psol-SP.